Ouve, não fales...

17:02

Pára! Ouve!

Não consegues ouvir? Este som... Parece..., algo doutro mundo. Aproxima-te então. Já consegues ouvir? Lembra-me sangue a circular. Consegue-se ouvir a vida a percorrer os canais. Aproxima-te mais um pouco... Encosta o teu ouvido ao meu. Consegues ouvir o mar? Consegues ouvir o vento a bater nas árvores? Consegues ouvir a neve a cair no chão? Então encosta o teu ouvido ao meu peito. Já ouves o sangue? A vida a percorrer os canais? Esforça-te mais um pouco. Não oiças o que deves ouvir. Ouve o que há para ouvir. Endireita um pouco a cabeça. Já ouves assim? Ouves o eco dos animais? Ainda não? Então abraça-me. Deixa-te levar pelo sangue. Pela vida a percorrer os canais. Ouve o zumbido da tua consciência, deixa-te levar. O sangue. A vida a percorrer os canais. Apaga as memórias que tens. Tenta descobrir tudo de novo. Renova a tua mente. Ouve o que tu tens para dizer. Mas não fales! Ouve apenas. Ouve o que há para ouvir.

Pára! Ouve!
O sangue! A vida a percorrer os canais!


Pherreyra, O Sangue

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3 palavra(s)
mordaz(es)

  1. Em primeiro ligar obrigada pelo elogio ao meu texto.

    Em segundo quero-te dizer que gostei mesmo muito do teu texto. Fez-me lembrar o conceito que o Rodrigo Guedes de Carvalho aplicou na Sinopse (?) do Canário, mas noutro contexto, muito ao teu estilo, com um conteúdo muito interessante. E eu, que gosto sempre do que escreves, gostei especialmente deste. Congrats, dear friend ;)

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  2. Normalmente depois desses períodos surgem sempre momentos diferentes, que originam estes textos :)

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  3. As minhas então... ^^ Não sei como vou aguentar mais 8 meses ... :(

    Obrigada :$

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