Frio do Verão

23:30

Não vejo ninguém. O frio do Verão esmaga-me a vontade, a decisão. Finjo a alegria, a companhia. Finjo a realidade que mais ninguém parece ver.
A fragmentação.
Liga-me o que sinto.
Este vazio imenso para onde avanço sem querer. A cada ponto dou um grito. Respiro. Volto a morrer. -Tivesse ao menos coragem...- São mais 60 anos para me esconder sem que ninguém me veja, ninguém me quer ver.
Hoje, sinto a recusa de todos. Hoje, não tenho ninguém. Volto amanhã, pode ser que me queira alguém.

Alfredo de Sousa

You Might Also Like

0 palavra(s)
mordaz(es)

Palavras mordazes? Escrevam-nas aqui!

Followers