Desabafo Real

01:32

Tenho tanto para dizer e não sei onde começar. Não fosse já um estado que me é habitual e entristecer-me-ia tal inutilidade de pensamentos. Porém, juro que, nas próximas linhas, tentarei ser o mais coerente possível. Talvez tente organizar as ideias pelo nível de importância (sempre me pareceu a melhor forma).

- Fartei-me e rebentei com a situação. Decidi - ou decidiram por mim - que era hora (ou tempo, para não ser tão específico) de acabar com todo aquele pretensiosismo que me rodeava e me afectava cada vez mais. Sentia-me sujo, como se uma camada de terra me cobrisse da cabeça aos pés e me enterrasse num buraco de onda cada vez se torna mais difícil sair. Mas também perdi. Nem que seja a companhia de quem me estimulava os sentidos e me levava para mundos que não este.

- É triste quando descobrimos pela primeira vez, ou quando somos relembrados, de tristes verdades. Uma delas, talvez a mais decepcionante, é a descoberta de que todas as pessoas, sem nenhum tipo de excepções que são sempre imaginadas, são más de carácter. É claro que a consciência pesa mais para alguns, mas com o passar do tempo somos sempre atingidos com a realidade de cada um de nós. Hoje foi a descoberta de que quem mais se mostra livre de preconceitos, mais livre de pensamento, se arrasta na lama quando a situação é inversa e, assim, decide levantar juízos de moral sobre casos onde até a sua participação é dúbia. Mas quem sou eu? Não é isso que faço aqui mesmo?

Descubro agora, com o desenvolvimento desta narrativa egocêntrica, que a importância dos acontecimentos descritos na já referida narração não é relevante. Larguem-se então as regras estabelecidas anteriormente.

- Há uns tempos (queria ser mais específico agora, mas a preguiça impede-me) dissertei neste mesmo sítio sobre ligações anónimas com o intuito da gargalhada fácil, apenas para ocupar o tempo e arruinar o humor de quem as recebe. Hoje foi dia da descoberta da verdadeira origem de tal infantilidade - e encontrava-me enganado neste campo. Pediram-me para não me chatear, para não me aborrecer com o(s) autor(es) do telefonema jocoso. Eu acedi ao pedido. Não me encontro chateado. Mas não posso dizer o mesmo sobre estar desiludido.

Garanto-vos que há ainda mais para contar, mas esta espécie de cansaço, que parece rodopiar com um sentimento de fome, impede-me de o fazer. Peço desculpa mais uma vez (ou será esta a primeira?) caso o meu discurso não tenha sido lógico e perceptível (deixo de fora os erros ortográficos pois esses parecem perseguir-me como se um disléxico fosse). Deus, caso me fosse possível acreditar, saberia como tentei.

André F. (os outros têm o dia de hoje como folga)

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