Morte-a-quem-quer-que-seja-!

O empate político que nos fazia esperar era de tal forma enfadonho que o mais justo era virar costas e ir embora. E muita gente o fez (inclusive eu, a certo ponto). Mas essa demanda, em busca dum canto de conforto onde pudesse esquecer a paciência mal empregue naquele tempo irrecuperável, foi-me feita com custo.

Não foi, embora, pelo discurso onde o fim parecia inatingível, e cujo papel bocejava por cada canto amarfanhado. Era sim, pela demonstração de arte (sim, porque música é arte e não um objecto de comércio) que se seguia à apresentação da candidatura do PS às autárquicas de Sto Antão do Tojal... É verdade!, queria matar a minha curiosidade e ver, depois de tanta insistência escolar, a banda Flor-de-Lís. A certa altura ainda me virei e disse baixinho:

«Olha mãe, são aqueles ali ao fundo a passar...».

E, ao vê-los, a minha esperança de que um tal de Sr-Qualquer-Coisa se calasse aumentou. Mas oh infortúnio dos pobres!, o tal senhor não se calou. E então, para que o meu ego não ficasse tão reduzido, levantei a cabeça, virei costas, e vim-me embora!