Moral, pelo menos a que me resta

Vou vivendo e vou-me lembrando. Vou vivendo e vou-me apercebendo. Vou vivendo e vou regurgitando velhos hábitos.

O último deles foi a perda da constante murmuração inconsciente do que me é alheio. Pode parecer prepotente e pretensioso, principalmente ao falar na primeira pessoa, mas face ao desenvolvimento temporal e à continuidade das tertúlias casuais, apercebi-me que todo o meu antigo ser, sardónico de característica, progressivamente alterou a sua opinião sobre os variados assuntos envoltos na costura sem agulhas (normalmente, quanto mais tempo dissipado, mais maldizente o hábito é, mas felizmente a sorte concedeu-me o inverso). E fico feliz por conseguir ter tento moral no que toca a este assunto. Infelizmente ainda não consegui erradicar totalmente as contagiosas palavras que ainda prosperam no meu interior, mas desse objectivo ainda não desisti!