Apenas um anjo. O resto é escuro.

Havia apenas uma réstia de luz. Vinha lá detrás, de um pequeno anjo. Ninguém parecia reparar. A luz, pequena luz. Iluminava a vigília, procura incessante de quem não sabe o que encontrar. Um monstro. Procuravam. Era acusado de ser horrível. Mas apenas amava. Quem não devia.
Encontraram-no. Esfolaram-no. Deixaram-no a sofrer. Ar, chuva, tudo. Batia-lhe na carne. Sem pele.
Ouviam-se. Gritos incessantes. Ecos opacos que não se sentem. Rebentam-me os ouvidos. Como é que não vêem a luz?! Cegos. Procuram o que não conseguem encontrar. Um culpado. Não, um inocente. A gritar pela dor. Percorria-lhe o corpo. Sem pele.

Olhem a luz, ela aponta a inocência. Sem pele. O erro está feito. Mostrem a vida. Não sei. Não consigo. Dói-me. Sem pele.