Não existes, não em mim

Sabor a ferro, espessura grossa. Deixas-me a sentir o mais ímpar de todos. Andas por aí, rebento da multidão, e não te mostras por medo? Ou morreste já e por isso morri também eu por dentro? Cai gota a gota no chão. Por vezes penso que te vi, em momentos melhores que este, mas expludo por saber que não és real. Destinado à saudade do que não vivi - mentira, nunca fui um desses - finjo mais uma vez que o sou por ti. Serás tu quem se aproxima agora? Trazes uma luz por trás. A palidez da minha vida contrasta com o vermelho no chão. O espelho em frente não te faz ver ou ser. Estou sozinho agora como sempre estive. Cai gota a gota no chão. E eu...

                                        

                |No caixão.|

André F.