Coerência imprópria, por não existir...

Pergunto-me como é que alguém pode dizer que está interessada em outra pessoa que, na verdade, não conhece. Será amor à primeira vista? Até seria uma hipótese se eu acreditasse em tal coisa. Mas não. A mim parece-me desespero recalcado e uma pressa enorme em arranjar alguém a quem chamar "meu". Parece-me algo demasiadamente precipitado e inconsciente. Parece-me parvo!

E, ainda por cima, esse tal ente escondido nas trevas da vergonha e timidez recusa-se a sair do armário e provar, de uma vez por todas, o seu amor por este atoleimado que vos escreve. Como se já não bastassem todas estas deprimentes sátiras, parece-me que o senso comum de certas pessoas me quer impelir a procurar à minha volta pessoas que me amam mas que não me conhecem nem há dois pares de dias, dois pares de horas, dois pares de minutos .
Devido aos recentes acontecimentos recuso-me a sequer esforçar-me e tentar procurar alguém que se devia declarar no momento... Vá lá nobre desconhecida, revela-te, contudo não te prometo nada.