Murmúrio Infindável

01:47

Um saboroso sorriso aparece-me numa fantasia de amor que me beija sempre que apareces, provocada pelo ópio ou até mesmo sem ele. A tortuosa jornada em frente fica mais fácil ao ver as explosões de alegria e cordialidade que rebentam de uma melodia solene e majestosa. Ao ver a formosa forma da tua formosura esbelta lembro-me que não consigo parar de sorrir num escabroso sentido de inexperiência juvenil, quiçá infantil, entre sentimentos de amor e inveja por não conseguir ser como qualquer outro, livre de sentimento sacro por uma simples e mundana personagem de lugar comum. Choro por não conseguir parar de lembrar e relembrar os segundos anteriores aos que me encontro, enquanto estava perto de ti e tu me passavas a mão pelo cabelo de uma forma que demonstrava o quão ligados estávamos apesar da banalidade da situação. Tu sentada ao lado de quem te importunava a mente, eu instalado ao lado do desconhecido que não me fazia qualquer diferença. Uma viagem curta, com troca de mensagens de amor apesar dos próximos centímetros que nos separavam. E tu com a mão no meu cabelo a mexer e remexer na minha consciência pesada pelo que acontecera há muito, mas que ainda se encontra presente. Não te vou pedir desculpas mais uma vez, já não há razão, mas vou fincar os dentes no momento para que não passe até não conseguir suportar mais a vergonha e, vergonhosamente, fugir mais uma vez de ti.

César Gouveia

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1 palavra(s)
mordaz(es)

  1. Diz ao César Gouveia que amei este texto e que estou tentada a, com todos os créditos e direitos de autor reconhecidos, pô-lo no meu portfólio.

    Está brilhante *.*

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