...ue-tique-tique-tique-taque -tiq...

...ue-tique-tique-tique-taque-tiq... Para qualquer lado que olhe vejo onomatopeias a galoparem-me para os ouvidos. Seja uma bóia que teima em tiquetaquear, convidando-nos acolhedoramente a entrar a bordo, ou um remoinho abstracto que nos leva o olhar para o seu centro, ou até mesmo os simples números estridentes que todas as manhãs me levam ao marasmo inicial de ligar as entranhas, tudo isso me leva a um nervosismo - e medo, porque não dizê-lo? - de ficar apeado por falhar a actualização do que é novo (não fosse nada mais recente do que o momento em que mais um tique se dá). Todo este terror que se espalha pelo som ensurdecedor de mais um taque, seja ele então tique, revela o medo de me perder por entre o tempo, e então cerco-me de dez diferentes fontes para o poder medir. Um número baixo para quem já chegou às três dezenas de espectaculares revendedores dessa tão maldita medida. Pelo menos tenho algo que me dê ritmo à vida. ...ue-tique-tique-tique-taque -tiq...